7 de outubro de 2008

As Cores do Meu Dia Sem Cor



Bom dia, odeio o barulho do despertador.
Bom dia, odeio passarinho na janela.
Bom dia, odeio sol na planta.
Bom dia, odeio o modo como você diz: - Olá!
Bom dia, odeio saber que o ódio passa e eu fico aqui com o bom dia.

Passado. Nada. Vago. O arco-íris. Cores, ah as cores!

Ontem fui em um lugar que me traz boas lembranças, queria voltar no tempo. e voltei. Lá eu estava na companhia de um vira lata de um olho só. Ele aparentava ser saudável, mas não saia do lugar. Me coloquei no lugar daquele vira lata, na sargeta, sozinha, pensando, depois parei olhei o posto de gasolina. Tinha aquele boneco, tão vazio e tão cheio de vento e como eu já sabia com aquele sorriso irônico. Pobre cachorro. Pobre boneco. Pobre ciclo. Pobre sarjeta.
Come os vermes ou vomita? Fingir de morta ou brincar pra sempre? São dúvidas.
Meu céu está nublado. Onde estão as cores? Cadê o arco-íris? Ah, bom dia! Eu sou o gosto seco de Jack.
Lava o rosto. Encanto ainda rima com enquanto. Sempre vai rimar.
Quantas vezes assisti em silêncio contemplares meus erros. E, ah sim! Foram erros, mas erros muito bem sucedidos, convenhamos.
Por favor, mais uma dose!
E errar é uma arte. Para alguns uma frivolidade da inconseqüência, para outros, filosofia de vida. E foram "senhores erros", embora não o suficientes.

Errando. Caminhando. Vivendo.

Ah, o amargo gosto da vida com o prazer insano de viver.

( sem cor 05/2007)